Reciclagem de pneus
18 fev, 2022
OXMA
Pneus: reciclagem transforma bandidos em mocinhos

Os pneus utilizados em veículos, quando descartados, podem ser um problemão. Se abandonados na natureza – ou mesmo depositados em aterros – levam uns 600 anos para se decompor. Isso quando não acabam nos rios e canais, contribuindo para enchentes, entupimentos e proliferação de mosquitos e outras pragas; ou são queimados ao ar livre, gerando gases nocivos aos montes. Felizmente, porém, hoje boa parte desses pneus tem um destino apropriado após sua vida útil, sendo reutilizados ou reciclados. Falamos sobre isso neste post.

Segundo dados do Sindipeças, em 2021, havia quase 60 milhões de veículos em circulação no Brasil e, segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP, em 2021 foram vendidos 56,7 milhões de pneus novos em nosso país. Números que, antes da crise econômica e da pandemia, já foram até maiores. Até algum tempo atrás, depois de gastos, a maior parte desses pneus era jogada em lixões e depósitos ou, pior, abandonados em qualquer lugar, Hoje, porém, há até legislação específica – a resolução nº 416, de 30 de setembro de 2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) – que trata da destinação correta e das responsabilidades envolvidas nesse processo. Nesse sentido, a mesma ANIP informa que, em 2020, coletou no Brasil o equivalente a 42,2 milhões de pneus de carros de passeio, encaminhados para a reciclagem.

O destino certo
Basicamente, há dois tipos de destinos apropriados para os pneus gastos: a reforma e a reciclagem. No primeiro caso, utilizado principalmente por empresas de transporte para caminhões e ônibus, os pneumáticos para passam por um processo de recuperação em que, simplificando, recebem novas bandas de rodagem e reforços, voltando a ter as especificações exigidas pela legislação para rodar novamente.

No segundo, os pneus são encaminhados para o desmanche, que separa o aço de sua estrutura da borracha e de outros produtos utilizados em sua fabricação. Uma das maneiras de fazer isso é por derretimento, o que além do aço – que pode ser reaproveitado pela própria fabricante de pneumáticos –, gera carvão e óleo, que podem ser utilizados como combustíveis para fornos e caldeiras na indústria.

Quando separada, a borracha é reaproveitada como matéria-prima para uma série de produtos – como novos pneus, pisos, tapetes de carros, solados e grama artificial, por exemplo. A borracha de pneus moídos pode também ser misturada a outros ingredientes, como o asfalto utilizado na pavimentação de ruas e rodovias – o que melhora a qualidade e até a segurança das pistas, pois aumenta a aderência dos pneus e, com isso, a estabilidade dos carros. Há, ainda uma série de estudos sobre novos usos dessa borracha, como combinada a areia para preparação de concreto, que pode ser usado em calçadas que, vejam só, diminuem o impacto dos pés dos passantes com o chão.

Quando reciclado, o pneu usado passa de vilão a, se não mocinho, um coadjuvante mais para o lado certo do enredo. Além de deixar de gerar todos aqueles problemas de que falamos no primeiro parágrafo, o reaproveitamento de materiais diminui a necessidade de se usar derivados de petróleo e de energia em vários processos – como na produção de aço, de borracha e de produtos como o asfalto ecológico (aquele que melhora a aderência).

Mas, para que tudo isso aconteça, é fundamental que o consumidor se certifique de que o estabelecimento em que instala os pneus novos em seu carro vá entregar os usados para que sejam reciclados, E que a indústria faça a sua parte, investindo em processos que garantam a sustentabilidade, como campanhas educativas e na logística de recolhimento e processamento desses componentes.

Fontes:
Entenda como funciona a reciclagem de pneus
Reciclagem de pneus na redução dos impactos ambientais
Reciclagem de Pneus
Pneumáticos inservíveis
Você sabe o tempo de decomposição de pneus? Entenda a importância de sua reciclagem

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