Gases do efeito estufa: quem emite mais?
26 abr, 2022
OXMA

Vilões no processo de mudanças climáticas que tem levado ao aquecimento de nosso planeta, os GEE, gases causadores do efeito estufa, estão hoje em grande parte relacionados à atividade humana. Por um lado, a queima de combustíveis fósseis – como carvão mineral e os vários derivados de petróleo –, especialmente para produção de energia, indústrias e transportes, está entre as principais fontes emissoras de CO2. Por outro, o desmatamento reduz a capacidade para que sistemas naturais absorvam e armazenem esse carbono fora da atmosfera. Neste post, listamos algumas das principais emissores de GEE da atualidade, no Brasil e no mundo.

Globalmente, o maior emissor de gases de efeito estufa é o setor de energia, que inclui geração de eletricidade e de calor. Nessa conta entram também os transportes, edificações, indústrias e outras atividades que têm a queima de combustíveis fósseis como fonte energética. Somando tudo isso, ele responde por 73% das emissões no mundo.

Esse setor é seguido pelo de agropecuária, com 12%; pela mudança do uso da terra (desmatamento, mesmo que para o plantio de espécies para exploração comercial); pelas indústrias de cimento, química e outras, com 5,6%; e pelos resíduos – como aterros sanitários, lixões e esgotos, com 3,2%.

No Brasil

Em nosso país, o que lidera as emissões, com 44% do total, são as chamadas mudanças do uso da terra, que incluem o desmatamento – seja para agricultura ou simples exploração de madeira, seja para outras atividades econômicas, como mineração ou para obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias ou barragens.

Em segundo na lista vem a agropecuária, com 28%, número que inclui os frutos da chamada fermentação entérica, que acontece durante o processo digestivo do gado. Algo que faz todo o sentido se lembrarmos que o Brasil é o maior exportador global de proteína animal e possui o maior rebanho bovino do planeta.

Em terceiro, vem a geração de energia – que inclui os transportes –, com 19% das emissões. Se na maior parte do mundo a eletricidade vem da queima de petróleo e carvão, aqui, 41,2% do que utilizamos tem origem em fontes renováveis. Porém, em períodos de escassez hídrica, esse percentual se modifica, pois é necessário ativar mais uma série de usinas termelétricas, movidas principalmente a gás natural e óleo combustível. Por esse motivo, nos últimos anos, as emissões nessas atividades cresceram no país.

Por outro lado, no setor de transporte, a cifra tende a diminuir, com o aumento do número de veículos movidos por combustíveis renováveis – como o etanol e o biodiesel – e elétricos na frota em circulação.

Na quarta posição vem a indústria, que representa 7% do total dos GEE. Sozinha a produção de ferro-gusa e de aço responde por 3,1% desse percentual, enquanto o cimento fica com 1,7%. E, fechando os “top 5” estão os resíduos – como os já mencionados aterros, lixões e esgotos, com 4% de participação.

Vamos pensar – e agir – juntos

Olhando para essa lista, notamos que a principal fonte de emissões está ligada a um problema que, se não pode ser considerado exatamente “fácil de resolver”, depende mais de decisão política e ação de estado que de qualquer tipo de avanço tecnológico ou mudança radical na estrutura econômica do país. O Brasil possui uma imensa quantidade de terras já desmatadas, mal aproveitadas ou simplesmente abandonadas, para onde as atividades extensivas do agronegócio, em caso de necessidade, poderiam se expandir.

Além disso, com o emprego de técnicas mais modernas e sustentáveis – como a das agroflorestas e a da permacultura, por exemplo – é possível produzir os alimentos de que necessitamos, de forma mais harmônica com o meio ambiente. Não só gerando menos CO2, como também contribuindo para a neutralização de outras emissões.

Assim como na agricultura, em todos os outros setores, como no de energia e no da indústria, felizmente, a tendência global é a adoção de práticas mais sustentáveis e alinhadas aos compromissos firmados pela maioria dos países – incluindo o nosso – no âmbito do Acordo de Paris, com o objetivo de reduzir as emissões e, assim, desacelerar e até cessar o aquecimento global.

Nesse sentido, embora as ações mais expressivas tenham de acontecer em níveis de cidades, países e continentes, as mudanças também dependem de cada um de nós, de nossos hábitos e atitudes. Você já pensou sobre isso?

Fontes:
Brasil é 4º no mundo em ranking de emissão de gases poluentes desde 1850
4 gráficos para entender as emissões de gases de efeito estufa por país e por setor
Emissões de gases estufa aumentam no Brasil – atividades rurais lideram
Brazil is the world’s fourth largest grain producer and top beef exporter, study shows
Brasil é 4º no mundo em ranking de emissão de gases poluentes desde 1850

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